sábado, 20 de fevereiro de 2010

Crônicas de Nádegas: O Bolinho de Arroz, a Faixa Amarela e o Mário

Primeiro aviso: Nunca coma em um restaurante por kilo que acabou de ser inaugurado. Normalmente no começo não tem muita variedade de pratos. Essa semana fui num desses que não tinha muitas opções, mas também não estava com muita fome. Mas vi um bolinho com aspecto bom e resolvi me servi-lo do mesmo. Já na primeira garfada descobri que o bolinho não tinha gosto de nada, ao que minha colega de trabalho me fala: - É bolinho de arroz!
Então percebo que meu almoço não tinha lógica nenhuma, estava comendo arroz com bolinho de arroz. E o pior foi depois passar o cartão e debitar R$7,00 por ter comido só arroz. Teria sido mais válido eu ter comprado um pacote de arroz no mercado. E pior ainda ter de ouvir a Dona Helena, dona do restaurante de mesmo nome, pegar meu cartão e perguntar: -É débito?
- Não, é prejuízo - pensei.

Segundo Aviso: "Não ultrapasse a faixa amarela, ela é a sua segurança". Sempre que estou na estação eu ouço essa frase, dita por sei lá quem do metrô. Mas as pessoas teimam em ultrapassá-la ou ficar em cima dela, tipo - Foda-se essa voz que tá falando isso!
Só que o que ninguém percebe é que o cara que tá falando isso, sabe do perigo que é ultrapassar uma faixa amarela. Ele mesmo deve ter tido esta experiência de ter ultrapassado a faixa e o trauma foi tão grande que nunca mais voltou à plataforma. Tanto é que você nunca o vê, só ouve sua voz. Ele fica escondido em algum canto da estação com um microfone, como um profeta alertando sobre o perigo iminente.

E já dentro do trem, após ter ultrapassado a faixa amarela (agora entendo o perigo, pois o metrô estava loootaaadooo!) me deparo com dois jovens conversando. Uma menina falava com seu colega de trabalho - um sujeito de óculos que usava o cinto na altura do umbigo, com guarda-chuva na mão e se chamava Mário - Ela contava como foi difícil chegar em casa nesses dias de chuvas e alagamentos, porque além do metrô ela tinha que pegar mais um ônibus e ainda andar a pé mais uns 10 minutos. Ao que o Mário solta a seguinte pérola: - Ainda bem que eu moro perto de casa.

A menina ficou em silêncio por alguns segundos olhando pra ele e tentando entender o que ele havia dito. E nesse tempo fui para outro canto do vagão e comecei a rir sozinho. E fiquei pensando: - Ainda bem que ele mora perto. Imagina se ele morasse longe de casa.
E fiquei imaginado se ele não seria como o Chaves, que vive num barril mas que na verdade mora no 8.